Ataques armados forçam fechamento de hospital da MSF no Sudão do Sul

Violência crescente obriga Médicos Sem Fronteiras a encerrar atendimento em Ulang e suspender ações em mais de 13 unidades de saúde

FONTE: Médicos Sem Fronteiras (MSF)
Ataques armados forçam fechamento de hospital da MSF no Sudão do Sul Base Ulang MSF

Ulang, Sudão do Sul – A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi forçada a fechar seu hospital em Ulang e suspender o suporte a 13 unidades de atenção primária na região após uma série de ataques armados e saques. A medida emergencial impacta mais de 150 mil pessoas, deixando uma vasta área entre a fronteira com a Etiópia e a cidade de Malakal sem qualquer atendimento médico de nível secundário.

Desde fevereiro de 2025, o Sudão do Sul vive sua maior escalada de violência desde o acordo de paz de 2018. Confrontos entre forças do governo e milícias juvenis têm se espalhado por diversos estados, agravando ainda mais a crise humanitária.


Em janeiro, barcos da MSF foram atacados ao retornar de uma entrega de suprimentos. Já em abril, homens armados invadiram o hospital de Ulang, saquearam todo o estoque e ameaçaram pacientes e profissionais. “Levaram tudo. O que não puderam carregar, destruíram”, relatou Zakaria Mwatia, coordenador-geral da MSF no país.


As consequências são devastadoras. Os ataques interromperam os encaminhamentos médicos por barco — um serviço vital, principalmente para mulheres em trabalho de parto. Veronica Nyakuoth, obstetriz da MSF, relatou o caso de uma mãe que perdeu os dois filhos gêmeos por não conseguir chegar a tempo ao hospital.


Em sete anos de atuação em Ulang, a MSF realizou quase 140 mil consultas, tratou mais de 32 mil casos de malária e assistiu 2.685 partos, além de operar serviços de urgência e surtos epidemiológicos.

Apesar da situação crítica, a MSF mantém presença nos condados de Malakal e Renk e conta com uma equipe móvel pronta para atuar assim que as condições de segurança permitirem.








O apelo da jovem mãe Nyapual Jok, que perdeu dois filhos antes de ser salva pelo serviço de barco da MSF, ecoa como um pedido urgente: “Precisamos de um hospital próximo. Sem ele, muitos vão morrer”.




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