Mostra de Educação Especial celebra inclusão e inovação em escolas de Boa Vista
Evento destaca projetos como o “Personalizar”, que usa neurociência e interesses individuais para fortalecer a aprendizagem de alunos com deficiência
A Mostra incluiu apresentações teatrais, como o clássico "O Mágico de Oz" A 11ª Mostra de Educação Especial e Educação Bilíngue de Surdos da Rede Municipal de Ensino de Boa Vista começou com uma programação marcada pela sensibilidade e pela valorização do protagonismo dos alunos com deficiência. O evento, que segue até o dia 12 de novembro, reúne mais de 100 trabalhos apresentados em escolas da capital e da zona rural, com foco em inclusão e sustentabilidade.
Na Escola Municipal Jael da Silva Barradas, alunos e professores apresentaram vivências e atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo. O destaque foi o projeto “Personalizar”, criado pelas professoras Fátima Vieira e Luane Costa na Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), com o objetivo de promover a inclusão a partir dos interesses e habilidades individuais das crianças, especialmente as com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Tivemos crianças que criaram livros, desenharam no computador, modelaram personagens e digitaram suas histórias. Esse envolvimento tem sido essencial para o desenvolvimento da leitura e da escrita”, explicou Fátima Vieira, professora de Educação Especial.
Baseado em princípios da neurociência educacional, o projeto utiliza o hiperfoco dos alunos, temas que despertam maior atenção para planejar atividades pedagógicas personalizadas. O resultado tem sido uma melhoria significativa na autonomia, socialização e desempenho das crianças.
A gerente de Educação Especial da rede, Ana Paula Pinheiro, destacou que a Mostra é um espaço para celebrar experiências exitosas.
“É um momento de valorização do protagonismo dos alunos e da parceria entre escola e comunidade. Essa união é essencial para consolidar a aprendizagem e fortalecer o processo de inclusão”, afirmou.
Atualmente, Boa Vista atende cerca de 3 mil alunos público-alvo da Educação Especial, sendo mais de 2.400 com autismo. O município também conta com unidades especializadas, como o Centro de Transtorno do Espectro Autista (CETEA) e o Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE), que oferecem suporte pedagógico e atendimento multiprofissional às famílias.
Entre os resultados concretos da proposta, o aluno Pedro Henrique, de 8 anos, escreveu o livro “O Mundo dos Dinossauros” pelo projeto Personalizar.
“Ele ganhou confiança, melhorou muito a leitura e passou a se socializar mais com os colegas. O projeto transformou o jeito dele de aprender e conviver”, contou a mãe, Priscila Bittencourth.
A Mostra reforça o compromisso da rede municipal com uma educação inclusiva, humana e inovadora, que reconhece a singularidade de cada aluno e transforma a diversidade em aprendizado coletivo.





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